“Eu voltei, e agora é pra ficar,
porque aqui é meu lugar...”. Sei que já escrevi isso outrora, mas a intenção é
esta, vou tentar vos escrever com um período mínimo de quinze dias, se não
conseguir paciência, minha profissão não é essa (se é que blogueiro é
profissão), tenho que incrementar o PIB brasileiro com meus dotes de bancário,
mas vou tentar, prometo!
Quem já veio aqui um dia percebeu
que mudei o título, foram poucas pessoas, é verdade... nas estatísticas do blog
são 1288 visitações, sendo que dessas visitas 217 foram da tríade Rússia, China
e Ucrânia, que não me preocupa, apenas me leva a uma reflexão inócua. Mudei o
título pois o anterior não cabia mais, apesar da batalha cultural ser uma
realidade, resolvi focar em um valor que muitos conservadores até discordam ser primordial, mas que pra mim é fundamental, a liberdade.
A liberdade está diretamente
ligada a verdade, como disse Tolstói, um gigante da literatura russa, que eu
nem sei se os russos têm acesso à sua obra em sua plenitude: “Não alcançamos a
liberdade buscando a liberdade, mas sim a verdade. A liberdade não é um fim,
mas uma consequência.”. Aqui chegamos ao ponto deste “artigo”, a verdade. Não
há liberdade sem o acesso à verdade, ao conhecimento completo dos fatos, no
nosso Brasil varonil a verdade tem nos sido negada durante anos, e de diversas
formas. Primeiramente pela educação básica que nos é cerceada sistematicamente,
o Brasil hoje figura na pífia posição de 59ª num ranking de 70 países em
leitura, em ciências e matemática estamos em 63ª e 65ª respectivamente. Estamos
criando uma geração de analfabetos funcionais que cresce ano após ano, pessoas
que não são capazes de trabalhar num shopping e dar 10% de desconto numa compra
à vista, imagine ter discernimento crítico e ser politicamente pleno? Em suma,
a massa de manobra só aumenta e até o momento não se faz nada para que essa condição
se altere, muito pelo contrário, os indicadores, índices, ações e resultados,
nos remetem a indignante constatação que se trata de política de estado (com “e”
minúsculo mesmo, pois ele não pode ser maior que o Povo ou Indivíduo), para que
a verdade nunca chegue ao cidadão médio, e por conseguinte, este não possa ser
um cidadão pleno em seus direitos e deveres, porque simplesmente não se
localiza no meio em que habita.
A revolução digital, trouxe
consigo o advento e aprimoramento das redes sociais, que deram voz à todas as
pessoas que se aventuram a compartilhar conteúdos, mesmo que malmente tenham lido
os títulos das postagens ou feito um breve fact
checking, disseminando em larga escala conteúdos de origem duvidosa,
afastando as pessoas da verdade e por tabela polindo sua liberdade. A grande
mídia tradicional tem sua parcela de culpa, além de serem elas mesmas disseminadoras
de fakenews, em muitos casos deturpam
os fatos para expor seu ponto de vista, tornando-se nada menos que meros
panfletos ideológicos. A soma de todos esses aspectos transformou a internet
numa terra de inverdades retroalimentadas pelos algoritmos das redes sociais,
que priorizam a apresentação daquele conteúdo que a pessoa mais se interessa.
Além disso, governantes déspotas
que ascenderam o poder de forma democrática, diminuem gradativamente a liberdade
de seu povo, fazendo-se valer inclusive da internet como meio de distração e desinformação. Aos poucos a liberdade escorre aos dedos dos cidadãos desses países e quando os
mesmos se dão por conta, já não há praticamente nada o que se fazer, a
liberdade acabou. É o que ocorre hoje em países como a Nicarágua e Venezuela,
além de diversas ditaduras africanas, que num passado muito recente foram
apoiadas pelos brasileiros... sim pelos brasileiros, por mim, por você, que
passamos o cheque em branco para que o governo decida a melhor forma de
utilizá-lo.
Entrarei no mérito da crise
humanitária da Venezuela, onde mais de 10% da população emigrou fugindo da fome
e da crise econômica, com sua inflação de mais de 1.000.000% a.a., em outro momento, por ora permaneceremos
diligentes às perdas homeopáticas de liberdade, inclusive no governo atual,
antes que o remédio seja nosso próprio sangue.
Gostei muito do post, muito bem escrito, benvindo novamente à blogosfera.
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