quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

Liberdade antes que tardia


“Eu voltei, e agora é pra ficar, porque aqui é meu lugar...”. Sei que já escrevi isso outrora, mas a intenção é esta, vou tentar vos escrever com um período mínimo de quinze dias, se não conseguir paciência, minha profissão não é essa (se é que blogueiro é profissão), tenho que incrementar o PIB brasileiro com meus dotes de bancário, mas vou tentar, prometo!

Quem já veio aqui um dia percebeu que mudei o título, foram poucas pessoas, é verdade... nas estatísticas do blog são 1288 visitações, sendo que dessas visitas 217 foram da tríade Rússia, China e Ucrânia, que não me preocupa, apenas me leva a uma reflexão inócua. Mudei o título pois o anterior não cabia mais, apesar da batalha cultural ser uma realidade, resolvi focar em um valor que muitos conservadores até discordam ser primordial, mas que pra mim é fundamental, a liberdade.

A liberdade está diretamente ligada a verdade, como disse Tolstói, um gigante da literatura russa, que eu nem sei se os russos têm acesso à sua obra em sua plenitude: “Não alcançamos a liberdade buscando a liberdade, mas sim a verdade. A liberdade não é um fim, mas uma consequência.”. Aqui chegamos ao ponto deste “artigo”, a verdade. Não há liberdade sem o acesso à verdade, ao conhecimento completo dos fatos, no nosso Brasil varonil a verdade tem nos sido negada durante anos, e de diversas formas. Primeiramente pela educação básica que nos é cerceada sistematicamente, o Brasil hoje figura na pífia posição de 59ª num ranking de 70 países em leitura, em ciências e matemática estamos em 63ª e 65ª respectivamente. Estamos criando uma geração de analfabetos funcionais que cresce ano após ano, pessoas que não são capazes de trabalhar num shopping e dar 10% de desconto numa compra à vista, imagine ter discernimento crítico e ser politicamente pleno? Em suma, a massa de manobra só aumenta e até o momento não se faz nada para que essa condição se altere, muito pelo contrário, os indicadores, índices, ações e resultados, nos remetem a indignante constatação que se trata de política de estado (com “e” minúsculo mesmo, pois ele não pode ser maior que o Povo ou Indivíduo), para que a verdade nunca chegue ao cidadão médio, e por conseguinte, este não possa ser um cidadão pleno em seus direitos e deveres, porque simplesmente não se localiza no meio em que habita.

A revolução digital, trouxe consigo o advento e aprimoramento das redes sociais, que deram voz à todas as pessoas que se aventuram a compartilhar conteúdos, mesmo que malmente tenham lido os títulos das postagens ou feito um breve fact checking, disseminando em larga escala conteúdos de origem duvidosa, afastando as pessoas da verdade e por tabela polindo sua liberdade. A grande mídia tradicional tem sua parcela de culpa, além de serem elas mesmas disseminadoras de fakenews, em muitos casos deturpam os fatos para expor seu ponto de vista, tornando-se nada menos que meros panfletos ideológicos. A soma de todos esses aspectos transformou a internet numa terra de inverdades retroalimentadas pelos algoritmos das redes sociais, que priorizam a apresentação daquele conteúdo que a pessoa mais se interessa.

Além disso, governantes déspotas que ascenderam o poder de forma democrática, diminuem gradativamente a liberdade de seu povo, fazendo-se valer inclusive da internet como meio de distração e desinformação. Aos poucos a liberdade escorre aos dedos dos cidadãos desses países e quando os mesmos se dão por conta, já não há praticamente nada o que se fazer, a liberdade acabou. É o que ocorre hoje em países como a Nicarágua e Venezuela, além de diversas ditaduras africanas, que num passado muito recente foram apoiadas pelos brasileiros... sim pelos brasileiros, por mim, por você, que passamos o cheque em branco para que o governo decida a melhor forma de utilizá-lo.

Entrarei no mérito da crise humanitária da Venezuela, onde mais de 10% da população emigrou fugindo da fome e da crise econômica, com sua inflação de mais de 1.000.000% a.a., em outro momento, por ora permaneceremos diligentes às perdas homeopáticas de liberdade, inclusive no governo atual, antes que o remédio seja nosso próprio sangue.