domingo, 19 de junho de 2011

Colapso econômico à vista!

Há muito me preocupo a cerca da inflação e do destino econômico do país. Recentemente o IBGE divulgou o resultado do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), ou seja, a inflação para nós meros mortais. O IPCA do mês de maio foi de 0,47%, aparentemente baixo, o menor desde outubro do ano passado, levando-se em conta a meta de inflação do BACEN no início do ano que era de 4,5%; e que Guido Mantega (atual ministro da fazenda) já jogou pra cima, este índice está alto, ainda mais depois do vou aqui explanar.

A inflação acumulada nos últimos 12 meses é de 6,55%; e tende a aumentar até setembro, onde deve chegar aos 8,0%; essa previsão tem fundamento, pois a inflação de junho a setembro de 2010 foi de 0,04%, ou seja, praticamente estável para um período de 4 meses e em setembro de 2011 estes 0,04% sairão do cálculo da inflação dos últimos 12 meses, dando lugar a 2,01% (estimativa otimista de 0,5% ao mês). Sendo assim percebe-se claramente que meus 8,0% é uma previsão para baixo, e o pior ainda está por vir.

Setembro é o mês dos grandes dissídios coletivos, categorias com sindicatos fortes e com grande número de funcionários buscando ajustes acima da inflação (mais de 8%); bancários, petroleiros e comerciários; isso ajudará a pressionar ainda mais a inflação até o final do ano, quando vem o tão esperado aumento do salário mínimo (PIB de 2010 + IPCA 2011), acordo feito pelo presidente Lula e corroborado agora por Dilma junto às centrais sindicais para garantir que o salário mínimo tenha um ganho real. O resultado disso seria 7,5% do PIB de 2010 mais 8,5% (no mínimo!) do IPCA 2011, o salário mínimo teria um aumento de pelo menos 16% e passaria para mais de R$632,00. Com os aumentos normais de começo de ano; escola, água, luz, telefone, transporte e outros; não vejo como segurar a inflação simplesmente aumentando a taxa SELIC que hoje está em 12,25% a.a.

Segundo o Financial Times de 14 de junho de 2011, o cenário atual dos juros da dívida brasileira de curto e longo prazo, por conta do aumento da taxa básica de juros para controlar a inflação, está cada vez mais se assemelhando com a de países que tiveram problemas com a dívida interna na Europa e agora amargam uma profunda crise recessiva, como Grécia, Irlanda e Portugal. Como a expectativa da inflação é de crescimento e o BC já se habituou a apenas elevar a taxa SELIC para conter a inflação, não vejo outro futuro possível, se não o colapso.

http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/precos/inpc_ipca/ipca-inpc_201105_1.shtm

http://www.ft.com/intl/cms/s/0/04511554-96a0-11e0-baca-00144feab49a.html#

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